E depois de quase um mês fora, volto com uma análise de um bom filme de quadrinhos! Dessa vez é de Kick-Ass, que promete ser bem bacana!
Kick-Ass conta a história de um jovem estudante do Ensino Médio chamado Dave Lizewski (Aaron Taylor-Johnson), que é um nerd muito inocente que não tem destaque em nada. Seu vício em histórias em quadrinhos fez ele questionar o porquê de não existirem heróis no mundo real, enquanto os vilões estão à solta. Com isso, ele compra uma roupa de mergulho e decide se tornar o novo herói da cidade de Nova York ao fazer boas ações e proteger inocentes. Ele encontra no caminho diversas pessoas, dentre elas os heróis Big Daddy (Nicolas Cage) e Hit-Girl (Chloë Grace Moretz).
A história não é exatamente inovadora e diversos dramas que Dave enfrenta são muito parecidos com os de Peter Parker, como se vale a pena ser herói ou sobre o fato de ser um grande nerd (muito provável de ser uma paródia). Mesmo assim, a trama, relativamente simples, funciona e tudo se conecta bem. O mais interessante de notar é com certeza a construção dos personagens, que é o ponto chave da história.
O roteiro é bem elaborado, especialmente nas partes do relacionamento de Dave com os amigos. Uma das partes mais engraçadas do filme é quando ele entra pela janela do quarto de Katie Deauxma e conta algumas verdades sobre ele para a jovem. A trilha sonora é muito legal por ter grande variedade nas músicas, tocando desde Crazy, de Gnarls Barkley, e Bad Reputation, da Joan Jett.
O filme possui um humor negro extremamente ácido e, como qualquer filme acima dos 14 anos do diretor Matthew Vaughn (Kingsman, X-Men Primeira Classe), é muito violento, com cenas de ação sangrentas e com membros decepados. Enquanto Kick-Ass se preocupa (pelo menos no começo) em só bater nos inimigos, Hit-Girl e Big Daddy parecem não ligar para isso e fazem de tudo, desde ataques com facas até execuções bem dolorosas.
A direção de Matthew Vaughn é muito bem trabalhada, como sempre. Há partes fantásticas no filme, como cenas de tiroteio em que cada tiro dá a iluminação da cena, ou ainda por cima, com os flashes das lanternas. Perto do final, há uma cena em que a música sincroniza com os atos dos inimigos, e mais uma vez Vaughn está de parabéns pelo que fez.
As atuações são excelentes. Aaron Taylor-Johnson (Vingadores: Era de Ultron) faz um ótimo Dave, mostrando todos os conflitos que sofre e ainda faz um ótimo Kick-Ass, um herói hilário de tão ridículo que pode ser, mesmo sendo uma pessoa muito boa. Grace Moretz faz uma ótima Mindy/Hit-Girl, que parece ser muito dócil, mas que tem pleno domínio de armas de fogo e armas brancas. Nicolas Cage, ao personificar Big Daddy, acabou sendo o meu personagem favorito de todo o filme, pois ele é uma gigantesca paródia do Batman, só que 10 milhões de vezes mais violento. Ele ficou engraçado devido à sua forma estranha de falar e sua ambição de fazer justiça, mas é um pai carinhoso e um pouco problemático.
Alguns dos destaques do filmes são realmente os questionamentos sobre o que é ser herói e o que é ser justiceiro (e nem me lembre do filme de 2004!). Kick-Ass (o herói) é inocente, e depois de um tempo pensa que Hit-Girl e Big Daddy (os justiceiros) são os que realmente fazem o bem para a cidade, o que traz uma grande discussão sobre o que vale a pena ser. Outro ponto forte é o realismo que o filme mostra, pois é bem capaz que os heróis se exponham na internet e que os bandidos façam de tudo para acabar com eles e matá-los com sangue frio.
O final do filme deveria ter mostrado um pouco mais de como ficou a vida de Dave após tudo que ele passou, mas isso parece mais um gancho para a sequência (que parece ser bem ruim) do que realmente concluir aquele arco. Mesmo assim, Kick-Ass se consagra como um bom filme de histórias em quadrinhos e mostra um mundo violento, louco e sem limites. É recomendado para qualquer fã de HQs, mas totalmente desaconselhado para quem não gosta de violência e humor negro (muito menos se você quer assistir o filme com a pessoa amada).
Veredito: RECOMENDADO
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