Easy A conta a história de uma garota chamada Olive (Emma Stone) que mente sobre a perda da sua virgindade. A partir da rápida difusão do boato pela escola, quase todos ali começam a julgá-la e encará-la como uma vadia. Ela decide que o melhor a fazer é aceitar esse fardo e atuar como tal para ganhar popularidade.
A história é relativamente simples, com uma trama que a maioria já sabe como é, principalmente com o uso de celulares e de boatos mentirosos sobre as pessoas que são rapidamente julgadas precocemente por determinados atos. Não só a trama é atual e divertida, como o roteiro é muito inteligente, com referências a obras como A Letra Escarlate e As Aventuras de Huckleberry Finn. As diversas situações que envolvem a protagonista são hilárias (e vergonhosas) e as falas são muito bem feitas.
O filme consegue tratar muito bem sobre o respeito e o exagero. A partir de uma determinada hora, Olive é encarada como uma garota muito fácil de conseguir, que não merece respeito muito menos a liberdade de ser quem ela é de verdade. Os estudantes são muito cruéis com ela, principalmente os mais conservadores. Ela até fala sobre o cavalheirismo e o respeito às mulheres, que, na visão dela, parece que isso se perdeu nos filmes dos anos 80, já que a maioria dos homens a trata mal.
A direção também é ótima, pois a história é contada a partir de uma livestream da protagonista. O filme é "dividido" em partes, parecido com O Grande Hotel Budapeste, analisado aqui. Por sinal, diz que Emma Stone gravou as cenas na webcam todas em um só dia. As diversas referências aos filmes dos anos 80, especialmente aos de John Hughes, são muito boas, como quando Olive cita o romance de Clube dos Cinco (por sinal, um dos melhores filmes de comédia que eu já vi) e o número musical de Ferris Bueller.
O que brilha mesmo é a atuação sensacional e divertida de Emma Stone. Suas expressões faciais durante o filme e suas falas são hilárias. Uma das cenas mais engraçadas é no começo do filme, em que ela canta uma música de um cartão de aniversário, fazendo uma leve referência a Curtindo a Vida Adoidado, outra obra de John Hughes. Ela dá o ar da graça no filme e é extremamente necessária para que ele funcione.
Apesar da história ser diferente do habitual nessas comédias, ele continua sendo um filme para adolescentes com poucas pretensões e com foco maior no entretenimento do espectador (mesmo com mensagens sobre a falta de respeito e julgamentos precipitados).
Resumindo, Easy A é um filme muito divertido que agrada bastante, até mesmo eu, que não gosta muito desse tipo. Fiquei fascinado com as bases e referências dos anos 80 e com as críticas e mensagens sobre os assuntos abordados na obra. O filme traz diversão rápida e é uma das grandes surpresas que tive enquanto navegava pelo Netflix (e sim, eu assisti porque tinha a Emma Stone).
Veredito: RECOMENDADO
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